Notícias

IPCA sobe mais que o esperado em maio com impacto de enchente no RS e alta de serviços

11 de junho de 2024

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A alta dos preços no Brasil foi mais intensa do que o esperado em maio, com os custos de alimentação intensificados pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul e a inflação de serviços pesando mais no bolso dos consumidores e mantendo o sinal de alerta.

Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,46%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. No mês anterior a alta havia sido de 0,38%

A leitura ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 0,42% no mês e levou o IPCA a acumular em 12 meses alta de 3,93%, contra projeção de 3,89%.

O centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O resultado de maio foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação mensal, embora a alta tenha desacelerado ante a taxa de 0,70% de abril.

A maior influência veio de tubérculos, raízes e legumes, que subiram 6,33%, com destaque para batata-inglesa, que exerceu o maior impacto individual sobre o índice geral com aumento de 20,61% devido à redução da oferta.

"Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, disse o gerente da pesquisa, André Almeida.

O IBGE informou ainda que Porto Alegre foi a área de abrangência apurada pela pesquisa com maior variação do IPCA em maio, decorrente das inundações que abalaram o Estado no final de abril e em maio.

"A situação de calamidade acabou afetando a alta dos preços de alguns produtos e serviços. Em maio, as principais altas (no Rio Grande do Sul) foram da batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%)", explicou Almeida.

HABITAÇÃO E SAÚDE

O segundo grupo que mais influenciou o resultado geral do IPCA foi o de habitação, com avanço de 0,67%, impulsionado pela alta de 0,94% da energia elétrica residencial após reajustes tarifários.

A maior variação entre os grupos, por sua vez, foi registrada por saúde e cuidados pessoais, de 0,69%, com o aumento de 0,77% nos preços do plano de saúde e de 1,04% dos itens de higiene pessoal.

Já a inflação de serviços passou a subir 0,40% em maio, de 0,05% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 5,09%.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, manteve-se em maio em 57%,

A potencial pressão sobre a inflação dos salários em um mercado de trabalho aquecido vem sendo apontado pelo Banco Central como um fator de preocupação.

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre divulgados na semana passada mostraram que o consumo das famílias foi um dos pilares do crescimento de 0,8% no período.

É diante desse pano de fundo que o Banco Central volta a se reunir na próxima semana para deliberar sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 10,5%, com expectativas de um novo corte de 0,25 ponto percentual que pode ser o último do ano, segundo analistas.

Portal
Vejatambém

Valorize sua produção agrícula! Faça parte da SIMConsult.

Seja assinante